terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Mariana (MG)


Um mês e ninguém foi punido; exigimos imediata punição dos responsáveis

05/12/2015




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Neste sábado, 5 de dezembro, faz um mês do crime socioambiental cometido em Mariana (MG) pela Samarco/Vale/BHP. Um dia antes dessa data, a mídia anuncia que a Vale jogou mais rejeitos na barragem do Fundão do que havia declarado. Não foram somente 5%. Foram 28%.

Os rejeitos produzidos na mina da empresa que ficava ao lado da barragem eram levados por meio de tubos.

“A Vale contribuiu com quase 30% do rejeito depositado na barragem de Fundão. Diante desse volume declarado da deposição de rejeitos, mais uma vez se confirma a orientação seguida pelo Ministério Público Federal de que, no contexto de responsabilização, nós tratamos a Vale, a BHP e a Samarco dentro do mesmo grupo de responsáveis”, declarou o procurador da República Jorge Munhós.

Não esqueçamos que a Vale, poucos dias depois do rompimento, declarou ao Wall Street Journal, nos Estados Unidos, que não era responsável pelo acidente por ser mera acionista da empresa Samarco.

A cada dia as evidências mostram o tamanho do descaso das empresas com a segurança em torno de uma atividade tão perigosa, a mineração. E esta já era uma tragédia anunciada. As empresas já haviam sido alertadas dos riscos que implicavam aquela barragem.

Uma semana depois do acidente, a subprocuradora-geral da República Sandra Cureau, na abertura de um seminário que sobre mineração em Brasília, na sede da Procuradoria Geral da República, afirmou: “A cada passo da investigação se vê que as duas empresas, a Vale e a BHP, foram totalmente displicentes na prevenção, demonstraram que não tinham qualquer plano de ação para o caso de um desastre e não tinham nenhum sistema de alarme”.

Sandra denunciou ainda que houve um desinteresse quase total com relação às vítimas desse desastre, que não foram auxiliadas, não foram avisadas e não estão sendo recebidas.

A subprocuradora defendeu que as empresas fossem denunciadas para reparar danos civis, mas também no âmbito criminal, por negligência.

Há um mês do rompimento da barragem pouco foi feito. Em matérias anteriores expusemos o quanto as relações corrompidas entre setor privado e público no Brasil se mostravam diante do que aconteceu em Mariana. As doações de campanha, os beneficiamentos das empresas doadoras, as “vistas grossas” ao desrespeito às leis.

Encontro Nacional de trabalhadores e movimentos sociais para fortalecer campanha pela punição dos responsáveis

A CSP-Conlutas tem entre suas campanhas centrais a cobrança pela punição das empresas responsáveis por esse crime e ações efetivas principalmente do governo Dilma (PT) e do Estado de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT).

A Central está apoiando a iniciativa chamada desde o Sindicato Metabase de Inconfidentes, Congonhas e Ouro Preto e diversas entidades de Minas Gerais de realizar um Encontro Sindical e Popular no dia 17 de dezembro, na cidade de Mariana. Ao final será realizado um ato nacional em memória das vítimas e de denúncia da mineradora Samarco/Vale/BHP e dos governos como responsáveis pelo desastre. Esta será uma campanha internacional realizada em conjunto com a Rede Sindical Internacional de Solidariedade e Luta.

Segundo o dirigente do Metabase Inconfidentes, Rafael Ávila, o Duda, esse encontro pretende discutir a relação das mineradoras da região com os trabalhadores e com as comunidades do entorno. “Uma resposta política não só à mineração, como também aos trabalhadores e à comunidade, pois achamos que as medidas encaminhadas pelo governo tem sido lamentáveis diante disso, entre elas a liberação do FGTS dos trabalhadores para arcarem do seu próprio bolso o prejuízo causado pela Samarco/Vale/BHP, que destruiu tantas vidas”, salienta.

Entre os temas do encontro devem constar também o Código da Mineração que tende a beneficiar as empresas, a proposta de anulação do leilão da Vale, como o monopólio estatal da mineração sob controle dos trabalhadores.

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