quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Por “bom rendimento” na avaliação do Saresp, escola omite informações sobre morte de professor



A "nova pedagogia" baseada nas avaliações está levando a desumanização dos educadores a um nível inimaginável. Para essa concepção de educação tudo na escola deve de girar em torno das avaliações: o currículo, os conteúdos, os testes, as reuniões pedagógicas, administrativas etc. Inclusive o salário, uma vez que há bônus por "rendimento" dos alunos. 

No dia da aplicação das tais provas professores e alunos devem transformar-se em verdadeiros robôs: sem sentimentos, sem problemas, sem questionamentos, sem  preocupações. Nada é tão importante quanto a prova, nada, nem mesmo a morte de um professor da escola.

Aqui em Minas nós vivenciamos ano passado a proibição, por Anastasia e  Gazolla, da entrada das urnas nas escolas para as eleições do SindUte porque era período de avaliações externas e ficamos indignados, mas isso ainda era pouco perto do que aconteceu nessa escola em São Paulo.

Destruir esse projeto é urgente. Nossa confederação - CNTE - precisa organizar um congresso pedagógico para elaboração do projeto educacional da classe trabalhadora que irá se contrapor às barbaridades  que estamos assistindo e vivenciando nas escolas.

Coordenação teria reprimido manifestações de professores, a fim de esconder caso de alunos prestes a realizar prova do governo do estado
 
 
Enquanto o governo de São Paulo aplicava a prova do Saresp (Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) nos dias 26 e 27 nas escolas de todo o estado, a direção da E. E. Messias Freire, localizada na região do Campo Limpo, zona zul, omitiu informações a respeito da morte do professor de educação física da escola, Rodrigo Simões, na terça-feira, dia 26.
 
Segundo professores da escola, a proibição de prestar qualquer gesto de carinho ou de passar a informação aos alunos visava garantir “bom rendimento” dos estudantes para a avaliação do governo estadual, que aconteceria no mesmo dia.
 
O vice-diretor e a coordenadora da escola chegaram a arrancar cartazes feitos em homenagem, em luto pela morte inesperada, afirmando que Rodrigo “morreu porque quis”.
 
A falta de sensibilidade causou grande indignação aos alunos e professores.Quando souberam, os estudantes fizeram luto na sala de aula. Na escola municipal onde o professor trabalhava os estudantes criaram uma página nas redes sociais, chamada LUTO Rodrigo, para a publicação de mensagens de conforto e carinho dos estudantes da escola e de companheiros de trabalho.
 
Em reunião realizada hoje na escola, a direção alegou que a ordem de tal procedimento teria partido da supervisora de ensino. A diretora chegou a se retratar pela maneira que a escola conduziu o caso, mas o vice-diretor e a coordenadora, responsáveis pela postura inicial de desrespeito e repressão, não se manifestaram durante a reunião.
 
Os professores conseguiram programar para esta quarta-feira (4) um ato solene em homenagem a Rodrigo, que será realizado durante o intervalo das aulas, nas dependências da escola.
 Fonte: site CSPConlutas
 

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